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Dólar fecha acima de R$ 1,70 pela primeira vez no ano; Bolsa cai

Do UOL Economia, em São Paulo


A cotação do dólar comercial fechou em alta de 1,93%, cotada a R$ 1,710 para venda. Desde o dia 20 de dezembro de 2010 que a moeda não fica acima do patamar de R$ 1,70.
A preocupação dos investidores internacionais com uma possível moratória da dívida da Grécia foi o principal motivo para elevar a cotação da moeda norte-americana.
Foi o oitavo dia seguido de valorização do dólar em relação ao real, e a maior alta diária desde 10 de agosto.
Após cair quase 3% durante o dia, Bovespa diminuiu as perdas e fechou em baixa de 0,17%, aos 55.685,47 pontos. As Bolsa dos EUA passaram a subir no dia e fecharam no azul. O índice Dow Jones teve valorização de 0,63%.

Câmbio

A alta do dólar foi generalizada nos mercados internacionais, com intensidade especial sobre moedas de países emergentes -como o México- ou de países exportadores de commodities -como o dólar australiano. Os dois perfis, nos quais se encaixa o real, são considerados de maior risco e sofrem quando investidores saem em busca de proteção.
A maior preocupação do mercado é com a possibilidade de um calote da Grécia, que poderia desestabilizar a zona do euro.
O país tem dinheiro para financiar suas necessidades apenas até outubro, segundo o vice-ministro das Finanças, e as negociações com os credores internacionais sobre a liberação de outra parcela da ajuda emergencial será retomada somente nesta segunda-feira, após dias de impasse sobre o descumprimento de metas fiscais.
Na França, ações de bancos despencaram com o temor de um rebaixamento da nota de crédito das instituições pela agência Moody's, por causa da exposição de suas carteiras à dívida grega. O ministro das Finanças da França, François Baroin, tentou acalmar os investidores dizendo que os bancos do país podem suportar qualquer crise na Grécia.
No Brasil, operadores relataram a execução de ordens de "stop-loss", nas quais os investidores reduzem posições para se proteger da volatilidade do mercado. De acordo com o diretor da corretora Pioneer, João Medeiros, exportadores que poderiam se beneficiar da alta do dólar preferiam esperar antes de ir a mercado para vender moeda estrangeira.
"Os grandes exportadores com quem falo aqui me dizem que, a menos que precisem efetivamente de dinheiro, ele não vai vender os dólares dele. (Dizem:) 'prefiro vender o dólar a R$ 1,50 com expectativa do que vender a R$ 3 sem saber o que vai acontecer amanhã'", afirmou à Reuters Medeiros.
Os investidores estrangeiros continuam a reduzir as posições vendidas líquidas em dólar na BM&FBovespa para diminuir a exposição ao cenário de maior volatilidade cambial. Com posições compradas em dólar futuro e vendidas em cupom cambial (DDI), os investidores não-residentes tinham na sexta-feira posição vendida consolidada de US$ 12,38 bilhões, a menor desde 21 de março.

Mercados internacionais

As Bolsas internacionais sofreram nesta segunda-feira com o risco de calote na Grécia. Na Europa, as principais Bolsas tiveram perdas relevantes.
A Bolsa de Valores de Paris fechou em baixa de 4,03%, e seu principal indicador, o CAC-40, terminou o pregão com 2.854,81 pontos.
O índice FTSE MIB, da Bolsa de Valores de Milão, fechou com perda de 3,89%, para 13.474,14 pontos.
O índice de referência da Bolsa de Valores de Madri, o Ibex-35, sofreu perda de 3,41%, fechando aos 7.640,70 pontos.
O índice principal da Bolsa de Valores de Londres, o FTSE-100, ciu 1,63%, em 5.129,62 pontos.
Na Ásia, Hong Kong perdeu 4,21%. Tóquio fechou em queda de 2,31%, com o índice Nikkei no menor nível em mais de dois anos, a 8.535,67 pontos.
No Pacífico, o índice S&P/ASX 200, de Sydney, recuou 3,72%, somando 4.038,50 pontos.

BCs estão dispostos a ajudar

Os Bancos Centrais estão dispostos a facilitar a liquidez necessária para as instituições financeiras em dificuldades em consequência da crise da dívida pública na Europa, afirmou Jean-Claude Trichet, na qualidade de porta-voz do Banco de Pagamentos Internacionais (BPI).
"Estamos prontos para fornecer aos bancos a liquidez necessária, em quantidade ilimitada e com uma taxa fixa na zona do euro", afirmou Trichet após uma reunião na Basileia (Suíça) do BPI, instituição que reúne os principais bancos centrais.
Trichet disse que os dirigentes europeus, incluindo os alemães, desejam que a Grécia, epicentro da crise da dívida na Eurozona e ameaçada de quebra, "aplique plenamente seus compromissos".
(Com informações de AFP, EFE e Valor)

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